Sinestesia. Palavra que bem define
Diamantina, uma das pontas da Estrada Real em Minas Gerais. Ao visitar a
cidade, os passos de turista/fotógrafo/jornalista, tateando as vias irregulares
e estreitas do centro histórico, não puderam deixar de dividir a experiência
com os demais sentidos. Os olhos foram levados a vislumbrar o casario contínuo,
as igrejas e demais registros da arquitetura, quase sempre barroca. O nariz
ajudou a boca a decidir o que provar da culinária mineira sob o calor do fogão
à lenha. Os ouvidos transmitiram à mente as músicas que fugiam incessantemente
pelas janelas das residências e espaços culturais. A mão, por súbito espírito
de preservação, conteve a ansiedade de tocar os objetos antigos, o artesanato e
as texturas, mas ajudou no registro da fotografia. Eram tantas as experiências
sensoriais e de tão grande intensidade, que tudo se fundiu em um único
sentimento. As regras que governavam os sentidos deixaram de fazer total
sentido e eles vivenciaram um momento raro em que a cor tinha cheiro da textura
das canções e histórias marcadas nas pedras das vielas e ruas.
O tempo, o único despercebido, passou, mas as imagens e parte dos sons ficaram gravadas nos formatos digitais. Conheça Diamantina neste especial da Galeria MM!
Passado presente
“Como
todo edifício tem um alicerce, minha vida também teve seu alicerce, (...) numa
cidade pequena, longínqua, no norte de Minas: Diamantina.”
O alicerce do
presidente Juscelino fica na região mineira do Alto Rio Jequitinhonha. Com
origem em 1722, sob a denominação de Arraial do Tejuco, o mesmo da escrava
Chica, passa a se chamar Diamantina a partir de 1831. O nome, claro, vem do
grande volume de diamantes encontrados na região.
Conta-se que havia
tantas pedras que, durante o garimpo, as pequenas, conhecidas como xibius, eram
descartadas nas águas e iam parar nas fontes da cidade. Mas, com o tempo e a
forte exploração, as riquezas foram se esgotando. Muito do que sobrou se deve à
intervenção dos escravos, que escondiam os diamantes em santos (do pau oco),
nos aneis dos cabelos ou os engoliam. A sinalização entre eles para informar
quem detinha alguma pedra era feita por meio dos dialetos africanos, que eram
expressos na forma cantada. Isso impedia que os senhores entendessem as
mensagens e desconfiassem do teor delas.
O tesouro acumulado
pelos cativos ajudou, por exemplo, na construção da igreja do Rosário.
Chafariz da camara
“No tempo em que
ainda não havia água canalizada nas casas, escravos eram incumbidos de buscar o
líquido em áreas estratégicas onde foram construídos os chafarizes das cidades.
O modelo dessas construções eram feitos de alvenaria e cantaria, apresentando
uma ou mais bicas de onde saem à água. Para ilustrar o que é hoje um adereço a
cidade, os chafarizes recebiam carrancas ou animais marinhos como decoração. Em
alguns casos até frontões com volutas, diversos tipos de esculturas e tarjas.
Para nomear esses locais, geralmente, eram dados os nomes que faziam referência a alguma instituição de importância, como igrejas ou prédios públicos, localizados nas proximidades. Dessa forma a proximidade com o antigo prédio da Casa de Câmara e Cadeia. O chafariz da Câmara foi construído em 1861, e apresenta nas bicas seis máscaras: cinco em pedra sabão e uma em cimento. Possui ainda frontão, ao alto, onde está exibida a data de 1890.” (retirado do site Desvendar)
Para nomear esses locais, geralmente, eram dados os nomes que faziam referência a alguma instituição de importância, como igrejas ou prédios públicos, localizados nas proximidades. Dessa forma a proximidade com o antigo prédio da Casa de Câmara e Cadeia. O chafariz da Câmara foi construído em 1861, e apresenta nas bicas seis máscaras: cinco em pedra sabão e uma em cimento. Possui ainda frontão, ao alto, onde está exibida a data de 1890.” (retirado do site Desvendar)
Casa da Glória
São duas casas,
construídas em épocas distintas e em lados opostos da rua. A mais antiga
pertenceu à Coroa Portuguesa e, depois, à Dona Josefa Maria da Glória. Serviu,
também, de residência de intendentes e do primeiro bispo de Diamantina. O
passadiço, datado dos tempos das irmãs vicentinas, a partir de 1876, tinha como
função preservar as internas dos olhares alheios, principalmente dos rapazes,
quando atravessavam a rua. Hoje, o complexo abriga o Instituto Casa da Glória e
o Centro de Geologia Eschwege, pertencentes à UFMG. (retirado e adaptado do site)
Para constar:
Diamantina fica na Mesorregião
do Jequitinhonha;
Está a 285 km da
capital de Minas Gerais, Belo Horizonte;
Encontra-se a 1.280 m
de altitude, emoldurada pela Serra
dos Cristais;
Tem população estimada
em, aproximadamente, 46 mil;
Em
1938, Diamantina comemorou 100 anos de elevação à cidade e recebeu do Iphan o
título de Patrimônio Histórico Nacional;
Em
1999, foi tombada pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade.
Veja a Parte 2 do Especial Diamantina. Clique aqui!
Fontes:
Soraya Araújo Ferreira
Alcântara, pedagoga e professora de música do Arte Miúda, em
apresentação do grupo na Igreja São Francisco de Assis. Conheça o site do Arte Miúda.
Site Desvendar.
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